quarta-feira, 7 de março de 2018

Sébastien Loeb: o regresso



O Rali do México, que irá para a estrada esta semana, marca o regresso de Sébastien Loeb ao Campeonato do Mundo de Ralis. O francês já não disputa uma temporada completa desde 2012, quando conquistou o seu nono e derradeiro título mundial. Ainda assim, teve algumas presenças esporádicas, a última das quais no Monte Carlo de 2015.


É o piloto de ralis mais bem sucedido de todos os tempos e sempre navegado pelo monegasco Daniel Elena. Campeão Mundial na categoria Júnior em 2001, acompanhou a ascensão da Citroen no WRC. A marca do double chévron foi apurando a competitividade do Xsara WRC, enfrentando a temporada de 2003 com uma dupla de pilotos de peso: Carlos Sainz e Colin McRae. O título, nesse ano, haveria de ficar nas mãos de Petter Solberg, mas foi o jovem Sébastien Loeb, o terceiro piloto da equipa francesa, quem lhe ofereceu melhor réplica, ficando a apenas um ponto do norueguês.



A partir de 2004  e até 2012 a história do WRC é fácil de resumir: domínio total e absoluto de Sébastien Loeb. Nove títulos mundiais, batendo rivais como Petter Solberg, Marcus Gronholm, Mikko Hirvonen ou Jari-Matti Latvala. O último desses rivais foi mesmo Sébastien Ogier que, no seio da Citroen, se demonstrou capaz de o bater. O tal francês que, nos anos mais recentes, também tem dominado o Mundial, haveria de sair para a VW no final de 2011, ano em que superou Loeb por diversas vezes.



Esse mesmo duelo,  Loeb/Ogier, é agora reeditado. Ou, pelo menos, poderá vir a sê-lo. O veterano piloto que, depois de abandonar o WRC em 2012, passou pelo WTCC, Pikes Peak, WRX e Dakar, alinhará no Rali do México ao volante de um Citroen C3 WRC. Terá condições para vencer?

Há prós e contras a ponderar.

Comecemos pelos factores negativos. O C3 não tem o ascendente de competitividade dos carros com os quais, à época, foi vitorioso, como o Xsara, o C4 ou o DS3. Por outro lado, poderá acusar falta de ritmo ou mesmo o peso da idade. Embora o Dakar seja cada vez mais uma prova de sprint (talvez a edição deste ano não seja um grande exemplo disso mesmo), o WRC actual está extremamente competitivo, com vários pilotos a lutar por vitórias discutidas ao segundo. 

Mas há aspectos positivos a realçar. Não estando a disputar o campeonato, irá beneficiar de uma posição de partida mais favorável. Kris Meeke tirou partido disso mesmo há um ano, quando venceu aquele rali. Esse dado, leia-se vitória, é aliás pronuncio de que o carro francês, que tantas dores de cabeça deu aos engenheiros da Citroen Racing fora do asfalto seco, é capaz de lutar pela vitória em solo mexicano. Mas, provavelmente, o maior trunfo é ele mesmo... Sébastien Loeb, o extraterrestre que mudou o panorama dos ralis.



Com ou sem vitória de Sébastien Loeb, a polémica já não escapa. É que o alsaciano irá ocupar o lugar de Craig Breen no México - assim como na Córsega e na Alemanha. A Citroen leva apenas dois carros à América do Sul - o outro é para Kris Meeke - e tudo indica que será assim ao longo da temporada. Ora, o irlandês é um dos pilotos em destaque neste início de campeonato, com bons indicadores em Monte Carlo e um segundo lugar na Suécia. O incómodo é claro e Breen não o escondeu, manifestando publicamente o seu descontentamento.

O Rali do México arranca esta quinta-feira, com a realização do shakedown, quando forem 15 horas em Lisboa.

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